sábado, 1 de janeiro de 2011

Crítica do especial: "Batendo Ponto" (via: @PatriciaKogut)



Fazer rir sem cair na piada fácil exige requinte. Esta afinação entre duas ambições que parecem incompatíveis — ser popular mantendo o bom nível do que se produz — é o grande acerto de “Batendo ponto”. O programa de Paulo Cursino com direção-geral de José Lavigne riu da piada de repartição ao mesmo tempo em que praticou a graça de escritório.

 O especial não se arrastou nem por um minuto, o que garantiu cenas saborosas e bem-engatilhadas, e a vontade do espectador de continuar sintonizado.

O elenco merece todos os elogios, sem exceção. A secretária Val de Ingrid Guimarães é uma de suas melhores personagens já desempenhadas pela atriz. Não se trata de um tipo cômico sem variações. Ela teve seus momentos dramáticos. Ingrid apostou na sutileza e se deu bem. Pedro Paulo Rangel deu um show como Guilherme, o chefe que tem fama de durão, mas empurra para a secretária a sua primeira missão espinhosa: escolher dois colegas para trabalhar num feriado. Num escritório onde todos se arrastam feito burocratas, sem entusiasmo algum, a batata quente não é pouca coisa. Alexandre Nero, um ator que é sempre uma alegria de se ver em cena, é Caíque, o personagem bonzinho. Como ele, Paulo Betti, Luiz Miranda, Cláudia Melo, Stênio Garcia, Fernando Ceylão, Felipe Abid e Danielle Valente brilharam.
Com cenário e figurinos coloridos, “Batendo ponto” divertiu gregos e troianos. Popular sim, e também bem esperto.

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