quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Entrevista exclusiva e divertida com Ingrid Guimarães

FAMOSIDADES

O ano mal começou e Ingrid Guimarães já tem motivos de sobra para comemorar. “De Pernas pro Ar”, longa protagonizado pela atriz, ultrapassou a marca de um milhão de espectadores em apenas uma semana. Em entrevista ao Famosidades, a loira contou que por pouco não ficou de fora da produção. “A Mariza [Leão, produtora] ligou para fazer o convite, mas eu deixei recado para a pessoa errada”, contou. Graças a Deus, no final deu tudo certo e o longa já se tornou o primeiro blockbuster nacional do ano.

Para dar vida para Alice, dona de um sex shop, Ingrid conversou muito com Érica Rambaldi - que inspirou a história – e fez uso de alguns brinquedinhos que aparecem no filme. A atriz contou ainda que tentou usar um vibrador para dar realidade a uma das cenas. “Só que a calcinha estava sem pilha. Tive que apelar pra minha memória emotiva mesmo”, confessou.

Com mais de 20 anos de carreira, a goiana foi assistir grávida de nove meses a remontagem de “Confissões de Adolescente”, espetáculo escrito e estrelado por ela no começo da década de 90. A estrela reuniu as atrizes que formavam o elenco original da peça para ir ao teatro. “Chorei muito. Foi muito bom rever o primeiro texto que escrevi na vida, como tudo começou, fomos todas juntas”, lembrou.

Ingrid falou também sobre a parceira com a amiga Heloísa Perisse, a trajetória de “Cócegas” e sua adaptação para o cinema. “Vai sair, mas cinema é uma coisa artesanal. Vendemos os direitos para os irmãos Gullane e estamos escrevendo o roteiro com calma”, explicou. Apesar de ter adorado participar de “Caras e Bocas”, a atriz não pretende voltar as novelas tão cedo. O motivo? O seriado “Batendo o Ponto” que está confirmado na grade 2011 da Globo

E para quem estava com saudades da Ingrid apresentadora, ela tem mais uma novidade: em breve comandará uma nova atração no GNT. “Volto com 'Homens Possíveis', que era uma ideia antiga também fazer a versão masculina de 'Mulheres Possíveis' "

Divulgação

"De Pernas Pro ar" é outro sucesso retumbante seu. Você imaginou que ele fosse bater um milhão de espectadores antes do segundo fim de semana?

INGRID GUIMARÃES - Estou toda boba já que cinema é um mundo novo pra mim. Já tinha percebido a comunicação com o público nas pré-estreias, mas confesso que estou impressionada com o boca a boca do filme e, principalmente, com a variedade do público: adolescente, madame, motorista de táxi, casais e senhoras.

Seguindo esse ritmo, é bem provável que ele bata o segundo milhão até o final do mês. Qual a expectativa de público que você acredita que o filme vá alcançar? 

Esta coisa de expectativa não é comigo, não. Vivi de teatro minha vida toda e aprendi a ver uma plateia de cada vez. Mas as pessoas estão bem empolgadas com o filme! É só o que se fala comigo diariamente. Meu termômetro é o público.

Como surgiu o convite para o longa?

Foi de uma forma engraçada. Eu estava cansada de ser chamada para fazer papéis pequenos em filmes. E decidi que ia me dedicar a peça ["Cócegas"] e só ia aceitar fazer cinema se fosse um bom personagem. Aí a Mariza Leão [produtora do filme] me ligou pra fazer o convite pra viver Alice. Eu liguei de volta, muito empolgada, mas para o número errado. Deixei recado para outra pessoa. E a Mariza achou que eu não tinha gostado da proposta. E eu pensando que ela tinha desistido de mim. Quando a dona que eu deixei o recado me ligou é que eu entrei em contato com a Mariza.
Você chegou a fazer algum tipo de laboratório? Fez alguma descoberta?

Vi filmes de comédia, fiz minhas aulas de voz como sempre faço e conversei muito com a Érica Rambaldi, que inspirou a personagem. Ela me apresentou os “brinquedinhos” do momento!

O coelhinho do filme virou sensação. Em entrevistas, você tem levado ele para todos os lados. Experimentou o brinquedo?

O coelhinho é só uma maneira mais delicada de falar de um vibrador que já existe chamado “Rabbit” e que toda mulher na faixa dos 30 já usou ou pelo menos já ouviu falar dele!

Em uma das cenas, sua personagem vai a um jogo do filho usando uma calcinha vibratória. É verdade que você cogitou usar uma para imprimir realidade à cena?

É sim. Estava 40 graus, cheio de crianças em volta e foi a primeira vez que fiquei constrangida em simular um orgasmo no filme, só que a calcinha estava sem pilha. Tive que apelar pra minha memória emotiva mesmo.

Tal qual Alice, você é uma mulher que tem que cuidar da casa, do marido, da filha e uma carreira para administrar. Como você faz para equilibrar as duas coisas?

Estabeleço prioridades, como a minha filha, por exemplo. Já me acostumei em abrir mão de alguma coisa. Não tem jeito... A gente sempre falha em alguma coisa. Está conta nunca fecha.

Divulgação

Mudando de assunto, você conferiu a nova versão de "Confissões de Adolescente"?

Assisti grávida de 9 meses e chorei muito. Foi muito bom rever o primeiro texto que escrevi na vida, como tudo começou. Fomos todas juntas. Achei a remontagem bem inteligente e atual, afinal quando a gente montou ainda exista orelhão e celular era artigo de luxo.

Em que momento da sua vida você conheceu a Heloísa Périsse?

Há 15 anos em uma Oficina de Humor da TV Globo. A gente já era fã uma da outra do teatro e logo se uniu, ficamos amigas e deu no que deu. A gente nunca mais desgrudou. Somos família.

"Cócegas" está há dez anos em cartaz. Você imaginou algum dia que o espetáculo fosse durar tanto tempo?

“Cócegas” foi quase um milagre nas nossas vidas, a gente não esperava nada, estávamos num momento péssimo da carreira. Foi uma grata surpresa, uma guinada de 360 graus na nossa vida artística e financeira. Amadurecemos junto com a peça, o público se renova a cada ano.

O que mudou em "Cócegas" nos últimos dez anos?

O texto continua atual e a gente está sempre mexendo em tudo: no texto, figurino, cenário. Quando a gente pensa em parar, olhamos pra aquele teatro lotado, com sessão extra e não temos coragem.

E é possível ganhar dinheiro fazendo teatro?

Depende do teatro. Já fiz muita peça de graça, mas teatro quando dá certo, dá pra viver bem. Principalmente quando se é dona do projeto. Mas isto é um em mil. Não tenho a ilusão de que será sempre assim.

E o projeto de levar "Cócegas" ao cinema sai do papel?

Vai sair, mas cinema é uma coisa artesanal. Vendemos os direitos para os irmãos Gullane e estamos escrevendo o roteiro com calma. Temos que ter cuidado, não é fácil transpor um sucesso como este para o cinema. “Cócegas” é uma peça de esquetes muito teatral. Mas estamos no caminho.

Divulgação/TV Globo

Agora indo para a TV, "Batendo o Ponto" foi muito elogiado pela crítica e o público adorou o especial. Ele entra para a grade da Globo em 2011?

Entra sim, o que me deixa muito feliz, é um programa popular com um elenco feliz e carismático. Estou bem animada.

Haverá alguma troca no elenco ou todos vão poder fazer parte do projeto?

Infelizmente esta resposta não é da minha alçada, mas torço pra que seja o mesmo elenco. Nos demos muito bem, fomos felizes gravando e isto pra mim já é meio caminho andado

Ingrid, você é engraçada no dia a dia? As pessoas te cobram isso?

Tenho senso de humor aflorado e sou bem humorada, adoro rir e fazer rir. Mas odeio ser miquinho de circo. Tem hora que a vida não tem graça.

 E te incomoda o rótulo de comediante?

Nem um pouco! A comédia é generosa, libertadora e te permite envelhecer sem paranoias. Acho uma sorte saber fazer comédia que, ao contrário do que pensam, é difícil e matemática.

Sua personagem em "Caras e Bocas” fez um enorme sucesso. Pretende voltar a fazer novelas?

Adorei fazer novela, Walcyr me deu um papel delicioso. Estou sempre pronta pra bons papéis e aprendi muito com o ritmo da novela. Mas agora vou protagonizar o “Batendo Ponto”, onde faço uma secretária bem popular. E estou bem animada, pois adoro seriados.

Pretende fazer algo voltado para o drama ou uma vilã?

Adoraria, afinal sou uma atriz antes de qualquer coisa.

A ideia do "Mulheres Possíveis" também foi sua? Por que ele saiu do ar? Pretende retomar o programa?

Foi toda minha, do nome ao formato. É o meu xodó, minha maneira de ver a vida. Fizemos três temporadas e parei porque tive neném e estava trabalhando muito. Este ano volto com “Homens Possíveis”, que era uma ideia antiga também fazer a versão masculina de “Mulheres Possíveis”.

Você é casada com o René Machado há algum tempo. Pretende se casar com ele na igreja, de véu e grinalda?

Nunca tive o sonho de casar de branco e, sim, o de ser mãe. Já fizemos o nosso ritual, mas quem sabe quando a Clara crescer e puder levar as alianças...

Nenhum comentário:

Postar um comentário